17 dezembro 2009

EU e o colorido


Confuso pensar em Natal com os jornais falando o tempo todo que as coisas vão mal... O verde está se acabando, agulhas encontradas em um corpo infantil, a violência das cidades, a crise do governo, a fome no mundo... Estranho me deixar envolver por esse espírito de paz e amor que o Natal traz, quando na verdade, a violência parece ser mais bem vinda em nossos dias. É estranho também a variação de chuvas em algumas cidades e a ausência dela em outras nessa época do ano. Dezembro deveria ser uma época feliz, mas na verdade se tornou mais uma época de enfeites e badulaques, assim como aquele mundo de objetos coloridos que colocamos em nossas árvores de Natal. Acredito que algumas pessoas conseguem trocar a data do nascimento de Jesus pelo tão esperado carnaval, porque parece mesmo que temos uma escola de samba na sala de estar. Nunca vi um colorido de tão mal gosto como o de certas árvores de natal, mas enfim, deve ser por uma boa causa. Deve ser na intenção de a alegria vir nos visitar. Lá vem eu e minhas palavras desnecessárias. Vou deixar as árvores dos outros em paz. Preciso mesmo é cuidar da minha.
Mazes

16 dezembro 2009

Experimentador do mundo



Na busca no novo. Experimentando muito mais e com uma intensidade que já não é possível mensurar. Ultrapassei a lógica das equações classificando, distribuindo, organizando e elaborando meu plano genial. Arriscar sem me perder! É nisso que tenho pensado esses dias. Acredito sinceramente está conseguindo pertencer e vivencia algo que sempre almejei e que eu imaginava ser reservado há poucos. É a certeza de que estou caminhando no rumo certo. Certeza essa que fez com que eu me apaixonasse pela vida mais uma vez. Voltei acreditar de uma forma inquestionável no amor. Na nossa unidade, na matéria do que somos feito. O amor dos meninos, o amor das meninas, o amor dos jovens senhores e das velhas jovens, dos exaustos, das contentes, dos santos, das solitárias, dos profanos. Aquele amor gratuito que não se percebe, que não está nos autdoor dessa cidade mascarada de cidade grande, mas que pulsa a cada segundo. Que grita a cada fração de segundos.
Mazes

13 dezembro 2009

Sim, eu penso sim em ter uma família.





Eu sei que vou viver muitos anos e espero um dia poder dividir minha vida, minha casa, minha escova de dente e minhas manias com alguém. Apesar de avistar um horizonte confuso em meu futuro, mesmo assim às vezes me vejo numa típica vida de casado. Engraçado pensar no casamento com algo ainda viável nos dias de hoje, mas acho que sou à moda antiga mesmo. Nasci pra o tradicional. Será que um dia, eu que prezo tanto a liberdade, irei me entregar ao casamento? Confesso: faço-me de difícil, mas acho que sim. Não quero perder o infortúnio de brigar por causa das notas baixas no boletim dos meus pequenos e até mesmo da bagunça com os brinquedos espalhados pela sala, muito menos perder a oportunidade de me divertir contando histórias para as crianças no quarto depois das 10h.
Espero ter a sorte de encontrar o amor da minha vida ainda jovem, pra podermos aproveitar o auge da juventude juntos, correr mundo a fora, fazer aquelas loucuras que só é possível se fazer quando não existem tantas obrigações. Mesmo não crendo muito nesse tal que chamam Deus, espero que ele me conceda a glória de ter filhos lindos. Bom, pelo menos lindos aos meus olhos. Que sejam inteligentes, atenciosos, que me divirtam, que sejam seres de corações mansos, que sejam do bem, mas que principalmente sejam doces.
Que junto ao amor da minha vida preparem presentes criativos e personalizados no meu aniversário de 30 anos e que me peçam a mesada de um jeito meigo pra que eu me derreta todo e esqueça as contas a pagar e dê dinheiro pra o sorvete ou pra o cinema. Peço também ter a sorte de ter um trabalho que me faça chegar em casa tarde e ver minha família na sala de estar me esperando, ver as crianças quase dormindo no sofá para que eu possa dar a bênção, o beijo de boa noite e os levar no colo pra cama. Bom, pelo menos enquanto a saúde permitir, claro! O meu amor, pra que possa me dar um beijo carinhoso e acariciar meu rosto. Ah, é preciso sentir também suas mãos passando pela minha nuca. Confesso: meu maior ponto fraco! Então eu pego a toalha branca e vou pra o banho e quando meu corpo estiver coberto de espumas do sabonete eu grito que estou com o braço doendo e digo que preciso de ajuda, ai já viu, não é? Amor no chuveiro! Que depois possamos sentar na mesa da cozinha e enquanto eu faço meu jantar atrasado, possamos contar um pra o outro como foi nosso dia de trabalho, como estão as crianças, o que faremos no fim de semana.
Acho que é essa coisa banal que às vezes dá sentido a vida. Sim, eu penso sim em ter uma família, por mais que existam dias em que o egoísmo paire sobre mim, me sinto capaz de dividir com alguém meus dias nessa vida tão confusa, onde tudo parece ser mistério. Não me vejo passando por essa vida sozinho e terminar meus dias curtindo minha solteirice. Vejo uma família bonita a me esperar numa noite de chuva. As crianças com medo dos trovões, cobertores espalhados pela cama de casal do meu quarto e assim que eu chegar faço questão de uma guerra de travesso com todo mundo pulando na cama e depois chocolate quente pra enfrentar o inverno... Pode até ter uma goteira na sala pra dar aquele brilho de :‘Um dia a vida melhora’. Pode ter aquela briga com os canais da TV. É permitido também aquelas brigas de casais que acontece com qualquer casal normal e é bom que tenha mesmo porque meu sonho é poder cantar pra alguém: ‘E quando você voltar tranque o portão, feche as janelas, apague a luz e saiba que eu te amo’ Ah, hoje eu estou com vontade de tocar o infinito! Hoje eu estou delirante.
Mazes
Ouvindo: Dê um role na voz de Gal Costa- 1971

03 dezembro 2009

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Pintei a cara com as cores da alegria
E esqueci a pose, desprezei os aplausos e os impulsos. Eu coloria minhas mãos e saltei alto rumo ao que é bom. Eu estou ressurgindo! Ah, tem coisa mais perfeita a se dizer que isso?
Sereno e belo, como sempre fiz, como era de se esperar! As coisas estão tomando formas, cores, tudo parece mesmo está voltando par ao lugar de origem. ‘... E quem pode comigo quando eu digo tudo o que sinto?’ "
Quando veio a esperança, eu acreditei, quando me encantaram, experimentei, quando veio avisos, dissimulei, quando em fim apareceu a dor eu não me fiz de durão, eu chorei! Chorei o suficiente para encher uma caixa d’água, suficiente para inundar essa cidade que não é banhada pelo mar, mas o tempo é rei e agora vislumbro ao longe a esperança a me acenar bandeira branca do lado de lá.
Já meio que tímido se esboça um sorriso de canto de boca no meu rosto, porque tudo veio do amor e tudo pede amor. Eu é que não sirvo pra quem vive pela metade.

Mazes