25 setembro 2009

"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semi ventos, meias verdades e muita insensatez."

23 setembro 2009

[...] As cidades grandes como esta têm dessas coisas — você não precisa simular interesse algum pelas pessoas em volta, elas não exigem mais que um bom-dia, boa-tarde, boa-noite, às vezes nem isso, silêncio nas horas em que se costuma fazer silêncio, ruído nas horas em que usualmente se faz ruído. Não faço ruídos nem mesmo nessas horas: eliminei máquinas, televisões, rádios, embora goste de música. Mas quando quero ouvi-la, canto para mim mesmo quase sem voz um som irregular, cheio de altos e baixos, que vem do fundo da garganta, sem palavras. [...]
Caio Fernando Abreu

14 setembro 2009

Mas amor não se pede e isso me dá raiva. O amor vem sereno... Ele se oferece, mas não obriga ninguém a aceitá-lo. Amor se sente, pessoas! O amor se sente... Como um menino vislumbrado pelo teu jeito eu sinto vontade de te dizer tanta coisa, te pedir tanta coisa, te fazer tanta coisa, mas preciso aceitar e entender que amor não se pede. Tenho que calar minha empolgação porque na verdade o MEU não basta para fazer o TEU por mim crescer. O amor é mais... O amor é muito mais! Agora eu tenho que fingir ser de um jeito de quem nada quer, de quem nada espera, de quem nada acredita. Como se o meu olhar pudesse enganar... Como se minha dança fosse mesmo melhor sozinho. Como se viver em um monólogo fosse melhor do que em tua companhia. Não tenho certeza de nada, só não demora muito pra me perceber. Não tenho medo do meu exagero, tenho medo da falta, do que é pouco, do que é raso... E isso, baby, eu sei que não sou.
Josimar Souza - Mazes, o pensador