26 janeiro 2010

Mas basta, é o meu coração!


Alinhar ao centro

Eu não tenho muito a dizer. E quem falou que é fácil entender o silêncio? Qual a melhor forma de se dizer as coisas? Sinto que eu tenho uma obrigação com as palavras e quase nunca consigo me desfazer delas. É através delas que me desfaço e me reconstruo. Mesmo ás vezes em que o som da voz não diz nada, as palavras continuam ali, no silêncio. Escondidas atrás dos muros de concreto, cercadas com arame farpado, deslizando sobre essa vida passageira, inundando meus sentimentos, se exibindo em sua dança sedutora até a expulsão se tornar inevitável. Mas basta, é o meu coração!
Mazes

17 janeiro 2010

Vamos dar uma volta nesse carrossel?



Coloque sentimentos em seus gestos, é só o que eu lhe peço. Abrace-me forte, forte, forte. Mata logo essa vontade de me jogar no seu mundo junto com meus vinte anos. Eu estou aqui, em charme e osso só pra você. Vamos dar uma volta nesse carrossel enquanto ainda tem sol, porque esse mês de janeiro tudo está mesmo pelo avesso. Segure-me em seus braços e não me diga suas frases inseguras. Você não imagina o quanto esse homem que vos fala agora é um homem decididamente decidido. Então agora é sua vez, decida-se, eu não tenho mais onde conseguir paciência para todas essas bobagens emocionais. Tenho muita coisa pra fazer, organizar, executar e não vou mudar o foco dos meus planos por você. Eu agora sou um homem persistente, sonhador, cheio de metas e de agora em diante será assim: Ou segura minha mão ou solta pra que outra pessoa possa segurar. Outra coisa, eu já conhecia as músicas do Peter Doherty, estou falando isso porque foi golpe baixo, muito baixo, chegar sorrindo e cantando New love grows on tree e agora sempre que escuto The last of the english rose, fico excitado e tenho vontade dessas coisas tipo: Streep tease e sedução, vai entender! Rsrsrs. E não adianta implicar dizendo que eu prefiro ficar lendo o Caio Fernando a conversar contigo. Tem dias em que falta paciência e aquela coisa de neutralidade, não se engane, é um defeito e não uma qualidade, eu já falei isso, mas gosto de repetir, sem falar que eu tenho me irritando fácil com tanta infantilidade. É, conclui esses dias que você é infantil e não tô te dando o direito de questionar. A camisa que eu te dei ano passado é pra valer, mas você não acredita em mim, mesmo assim acho que não vou jogar meu discurso por água abaixo se eu disser que você me perturba, perturba meu sono e perturba minha fome com suas conversas. Eu não consigo dormir direito, fico me remexendo na cama. Acordo todo errado, todo confuso, todo despedaçado. Por isso ontem eu não atendi tua ligação, eu tinha coisa mais importante pra fazer: Estava lendo os contos do Caio F. Abreu.
Mazes
‘Se tu vens por exemplo às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.’

07 janeiro 2010

Os frutos que plantei



Estou colhendo os frutos que plantei. Tem sido uma colheita de frutos amargos, como era de se esperar. Minha cabeça confusa tenta em vão relembrar onde foi que eu perdi o prumo e desandei. Onde foi que eu desprezei minha essência e resolvi caminhar pelo desconhecido? Sinto falta do meu gosto, da minha ternura e dos meus rodopios.
Estou colhendo os frutos que plantei. Tem sido uma colheita de frutos amargos.
Mazes

04 janeiro 2010

INTEIRO





Eu sou sobras... Sou feito inteiramente dos excessos. Vivo no balanço, tentando me desfazer do que trago em meu congestionado peito, mas nada consigo deixar ir embora. Agarro com força minhas pequenas coisinhas desimportantes. Tenho o peito inflamado de coisas bem vindas para doar, mas é em quantidade abundante, poucos estão preparados para receber. Amor de sobra, esse é meu defeito?
Mazes


03 janeiro 2010

P A L A V R A S




Palavras...
São substâncias poderosas as palavras, com suas propriedades invisíveis. Como a seiva das raízes das árvores velhas, que se escondem no solo escuro e fértil das florestas. Como o orvalho matinal, que faz reviver a flor que a noite murcha. Como todos os venenos, tanto cura quanto mata!
Não, as palavras não são dos escritores, dos jornalistas. Nem dos poetas, nem dos repentistas. As palavras são dos alquimistas. São eles que transformam frases em orações, fonemas em emoções, linhas em idéias, letras em caminhos...
Os alquimistas, que se escondem nos poetas, nos profetas, nos escritores, nos analistas, nos que sabem que sua alma tem algo as dizer e a escutam, dando-lhe vez e voz. As palavras são suas, Mazes.
João Neto
P.s. Presente do meu amigo João Neto.