20 fevereiro 2009

Os carros no asfalto ainda deslizam é a vida que desliza com eles.
Frio profundo... É exatamente essa a sensação que fica pelo ar essa manhã. Não fosse a chuva lá fora mesmo assim o frio ainda gritaria por mim. Quando passou deixou cair sobre mim o peso das dores do mundo... O peso do amor que desce a ladeira e não olha pra trás. E que direito você tem? Quem foi que te ensinou a fugir da chuva? Nunca pensei sentir tanto frio em pleno mês de fevereiro... As ruas chamando o carnaval, as escolas ensaiando seus enredos e eu nessa avenida vazia. No trevo da minha solidão. Penso em abrir a porta e ver bem lá no fundo dos meus olhos o quanto ainda existe vida Lá fora. O quanto é urgente alcançar a minha almejada paz de espírito. Hoje penso em repouso. O relógio me chama através do seu TIC TAC EAR. Acordei meio sem querer.... transformando em cinza tudo o que vejo em minha frente. Hoje preferia estar parado em meio ao nada da minha cama, coberto com o meu lenço, acreditando nos meus sentimentos, olhando profundamente pra mim mesmo. Hoje eu queria estar mais próximo e me apossar só do que é meu. Reunir minhas coisas pequenas, desligar o celular, inventar uma boa ou uma péssima desculpa pra o meu chefe, encarar o espelho e sentir a minha pulsação. Passar o dia inteiro só comigo.... sem chamadas, sem vozes, sem presenças, aparelhos elétricos... Sem a idéia ilusória que se tem de querer que uma outra pessoa possa vir um dia te trazer paz ou te completar. Queria desabar o meu mundo e expor as minhas fraquezas, aliviando assim todos os meus pesares, as minhas frustrações e falta... Convencer-me dos meus enganos, do quanto valorizei o que não tinha valor. Abrir espaço para que esse vazio evidente pudesse encontrar algo de bom que eu acredito que ainda exista em mim e poder preencher a enorme lacuna que contrai o meu peito.
E nos dias de chuva gosto de observar o mundo lá fora. A enorme roda gigante que “gira imóvel como um pião”. Não o meu mudo, mas o mundo inventado dos que sobrevivem de esperanças. E no asfalto os carros deslizam feito sabonete no corpo molhado. A função de tentar nos convencer da relevância da idéias de limpeza, de pureza. Como se um produto de higiene pessoal foi capaz de romper o reino do nosso corpo e por um gesto de grandeza e perfeição clarear nossa alma, reacender nosso brilho, limpar nosso pensamento e purificar nossas ações. Mas os carros no afasto ainda deslizam é a vida que desliza com eles... feito os meus amores deslizaram pelo tempo, pela vida sem direção, pela minha busca por coisas abstratas. Os amores que fizeram do meu coração um picadeiro de piadas mal contadas. O castelo de mentiras que me fez desacreditar no belo, no encantado, no eterno.
Escorrem-se as lágrimas. Escorre a chuva pelo canteiro. Esvai-se o teu cheiro confuso. Os meus amores não voltam mais. Espero que não voltem, cansei deles. A chuva continua e eu não posso mais esperar e seguir guardando tuas migalhas de compaixão. Os carros no asfalto ainda deslizam é a vida que desliza com eles.
Josimar Souza- Mazes, o pensador

18 fevereiro 2009

“Desculpa pra um abraço ou um consolo”

Sabe aquelas pessoas que aparecem em sua vida de maneira super comum e por um momento ou apenas um instante consegue te fazer entender uma vida inteira? Hoje conheci uma pessoa assim, Sr. Maria Francisca. Não só pela graças antecipada de se chamar Maria e por quase “obrigação” ser um reflexo da bem aventurada. Mas o que me encantou mesmo foi seu singelo talento a gentileza, a boa educação... Me fez perceber o quanto é preciso tratar bem as pessoas. O quanto um minuto de atenção pode ás vezes nos fazer ganhar o dia. É preciso atenção para os que necessitam de ajuda. Caí de pára-quedas na área da saúde, mas acho que todas as quedas que eu levei na vida, e olhe que não foram poucas, essa talvez tenha sido a que mais tem me ensinado...Por mera distração ou destino fui parar num hospital. E hoje me deparo com essa senhora que olha bem no profundo dos meus olhos e me diz palavras tão gentis de gratidão e ternura. Penso em todos nossos “jovens senhores”. Nossas crianças de mais idade que carregam consigo o sorriso dos justos, aprendizes, pacientes, maduros, tranqüilos e eternos. Penso se algum dia vou conseguir me ver no espelho de cabelos brancos e face tranqüila como minha avó. Penso se vou pode acompanhar o envelhecer de meus pais. Penso no que tenho deixado pra trás nessa minha busca de entender o que não se explica. Nessa minha vontade de querer guardar o mundo em mim. Ela me fez querer abraçar minha vó que há muito tempo eu não vejo, não por falta de tempo ou pela distância. Não vejo por preguiça mesmo. Preguiça de sair do meu descanso de fim de semana pra ir de encontro com minha eterna RAINHA. A mulher sábia que tanto me entende e ensina. Um carinho que vai muito além das coisas desse mundo. Um carinho que não atrasa, que chega no momento preciso. Josimar Souza- Mazes, o pensador. P.S. Título extraído da música POEMA-CAZUZA.

16 fevereiro 2009

Todas as cores que nas coisas
Comecei a completar os espaços quando descobri tua fotografia singular. Você olhando pra mim tentando obter o foco perfeito. E eu nem sabia que já era o teu retrato. Eu vi o sol em teu corpo e passei a registrar todas as cores que há nas coisas pra te mostrar depois. Te contar como foi meu dia e te entregar o meu melhor sorriso, a minha essência, minha melhor invenção. E comecei a descobrir em você tudo que eu já sabia. Te encontrei num dia de domingo em plena chuva de fevereiro. Os blocos nas ruas e você não cansava de me olhar. E eu não cansava de te desenhar. É que eu te queria pra mim. E comecei a descobrir em você tudo que eu já sabia. Eu já sabia! [Cores] Josimar Souza-Mazes, o pensador

12 fevereiro 2009

Me explicar o que eu entendo
Então me diz... Então pelo menos tenta me explicar o que eu não entendo. Tenta me fazer acreditar em suas palavras. Tenta cumprir tuas promessas ou então para de prometer. Me convence que foi engano seu, mas se der se esforça um pouco mais por nós dois. Olha mais pra mim. Tentar enxergar o mundo como eu enxergo. Tenta me ver mais de perto mesmo que seja num closer rápido. “Eu só sei olhar com você” Tem me ver! Vamos descobrir as coisas juntos... Olha mais pra mim. Vem pra perto do que eu to sentindo, porque eu não posso te guardar em mim. Escuta o que eu te falo baixinho, pois você sabe que não é certo gritar. Não é certo incomodar o sossego dos tranqüilos. Não estou falando de amor, estou falando de nós dois. Olha mais pra mim. É isso o que eu te digo. Então me diz!
Josimar Souza- Mazes, o pensador

11 fevereiro 2009

Exata imperfeição - os muros com giz
Meu corpo grita por mais. Vontade de me aproximar e experimentar mais. Fazer mais que querer. Vontade de sentir vontade. Completar os espaços. Navegar em outros mares. Viajar por outros céus. Conhecer o paraíso e me perder por lá deixando o tempo e o efeito dessa confusão para trás. Buscar naquele quadro feito céu os traços comparados a ternura do teu olhar. Quero o festejar do vento em meu corpo. Quero sair! Estar longe do ponto de referência. Da minha exata [imperfeição]. Escrever nos muros com giz. Jogar mais cores nas calçadas. Recitar versos em delírio de cima dos telhados. Sentir a altura do abismo. -Imperfeição!
Josimar Souza- Mazes, o pensador

06 fevereiro 2009

"Não se preoculpe mais com a minha
IMPERFEIÇÃO!"
"Quando a esperança está dispersa só a verdade me liberta"