20 junho 2011

Não sou um ser humano pronto, estou me construindo...


A cada passo, a cada choro, a cada silêncio dito. A cada gole me bebo um pouco mais. Na raiva que sinto, no amor que eu não encontro, na vida que tento levar. E minha sede sempiterna é o que me faz movimentar o que me sobra de sonhos. Tá lento? Estou construindo minhas paredes. Edifícios, dirão os mais otimistas. Casa de taipa, dirão meus inimigos. Uma quitinete, diria minha solidão. Um iceberg, diria eu. A cada esquina me vejo mais longe. Tá perto? E mesmo morto continuarei a ser, porque longe de mim tudo ainda sou eu. Doce, amargo, todas as cores. Nos desejos que me fogem o controle, na cama que eu não amanheço, nas teorias que eu não entendo. É o mesmo de mim, mesmo não sabendo. A cada promessa, a cada giro, a cada alegria, eu estou me enfeitando. Tá bonito? Nada é amanhã, tudo se cristaliza hoje e hoje mesmo derrete. Você me chega e descubro que o Sul é longe demais para nos aproximar, eu estou me despedindo.  Meus disfarces, meus retratos, meu mundo imaginário. Pura ilusão acreditar que o processo terá fim.  Eu estou me construindo...

                                                                                                           Mazes

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