12 julho 2009

Não quero mesmo sair, to bem no meu cantinho

Queria estar no centro. Voltar a ter aquele brilho de esperança e alegria quem faziam de mim um ser especial, coberto de luz. No meu tempo de criança era mais fácil sorrir. A gente cresce na esperança de que um dia as coisas serão melhores, mas aos poucos algo que antes era essencial para nós vai se esvaziando e tudo que fica é um não saber pra que lado foi a vida. A ingenuidade de acreditar que Papai Noel não esquece ninguém. O medo do bicho papão e sonho de conhecer a Disney. A idéia ilusória, porém mística, de que as nuvens eram feitas de algodão. Ás vezes não é que dava vontade de pegá-las com a mão direita. Lembro-me bem como era fatal se algum amigo querido tivesse que deixar a escola e fosse morar em outra cidade. Hoje? Acho que já me acostumei com o que é passageiro e o que costuma não durar. Será que a vida é mesmo isso, meu Deus? Ir levando a vida relembrando com nostalgia o tempo passado, para que tenhamos algum motivo para acordar no dia seguinte? “De certo que a gente perdeu toda aquela magia!” O vento que hoje insiste em não entrar pela porta da minha casa e nem nas brechas do meu telhado me deixa à margem do mundo lá fora. Não quero mesmo sair, to bem no meu cantinho. Resolvi curtir esse meu instante a sós comigo mesmo, pra saber se assim, sem a presença de outro ser, eu consiga me perceber e aprender um pouco mais sobre meu eu. Quem sabe eu consiga me desprender desse outro mundo que eu construí para esperar por algo ou por alguém, que pelo que espalham por ai, não vai nunca chegar. E como sair? E como jogar no lixo tudo o que acumulei e cultivei durante todo esse tempo? Anos a fio me dedicando a estruturar em mim um canto confortável e acolhedor para oferecer. Ou será que todos estão enganados e eu devo realmente continuar a esperar o que ainda não veio? Ouvindo John Frusciante - Time Tonight e pensando o que fazer para conduzir minha vida. Vou levando assim... Por enquanto, é tudo o que está ao meu alcance. “Eu não sou maior que o mar!”
Josimar Souza- Mazes, o pensador

Nenhum comentário: