09 março 2009

Só te peço um pouco de silêncio agora
Parece até algo programado, mas não foi. Ás 07:06 da manhã quando eu estava praticamente voando por estar correndo feito um louco para poder chegar a tempo de bater o ponto no hospital em que trabalho o celular toca e me diz que uma mensagem foi recebida. Mesmo às pressas aperto no botão esquerdo do meu aparelho telefônico móvel onde se ler “ler mensagem agora? Sim ou não? Aceito ler, aperto sim e lá estava: “vamos marcar pra conversar?”. Como assim vamos marcar pra conversar? O meu fim de semana foi interessante. Resolvi fazer algo que já planeja há um tempo: mudança de visual. Na verdade nem foi tanta mudança, mas qualquer coisa que eu mudasse em mim já faria diferença em meus dias. Eu que sempre estou em movimento andava meio paralisado no ar, estático na correria dos meus momentos, mudei o mondo de fixar o cabelo e resolvi arriscar fazer com que meu chefe aceitasse minha barba serrada. Dessa vez juro que tive maior cuidado ao faze-la para que ele não me disesse a celebre frase “os paciente não gostam de pessoas com barba, meu filho”. Não deu muito certo, apesar dos elogio de todos no hospital ele não gostou. E mandou que eu tirasse. Pelo menos não tive que voltar pra casa... Ele esperaria até a manhã seguinte para conferir se sua ordem tinha sido cumprida. Hoje a tarde tiro a barba, vou fingir que nem queria estar barbudo. Fica mais fácil aceitar. Ultimamente estou na mina fase conformista. É pra fazer eu faço. E nesse caso não há muito o que escolher. Meu Deus, justamente agora, logo depois de ter decidido por fim a toda essa agonia que me paralisou durante quase 4 anos. “Vamos marcar pra conversar?” Vamos? Não! Se você quer conversar então que marque. Sabe quantas vezes eu “marquei pra gente conversar?” Sabe quantas vezes eu te esperei. E agora através de uma mensagem monossílaba você me diz quer finalmente conversar comigo. Engraçado como algumas pessoas tem o dom de transformar coisas sérias em verdadeiras piadas. Ás vezes fico impressionado com essa capacidade irritante de não levar as coisas a sério. “Não me chame de cruel, cruel é o que você está me fazendo.” Estou com raiva e não vou me omitir quando estivermos frente a frente. Então é tudo tão simples assim? É isso que se resume ser um ser humano? Se afastar sem explicação, me ignora várias vezes, não responder meus recados, me negar atenção e depois voltar e dizer que “Vamos marcar pra conversar?”. É muito fácil se livrar de uma pessoa, basta encantá-la e depois sumir sem dar notícias. Encantar seu mundo e depois simplesmente apagar o passado. Estou gravando aqui essas palavras em letras brancas para quando te encontrar não deixar tudo ir por água a baixo, afinal de contas tenho que encontrar maneiras de você ouvir tudo o que eu tenho a dizer. E pra completar ainda sonhei que te encontrava na fila do caixa fazendo compras no supermercado tal, que por sinal, nunca te imaginei lá. Você na fila do caixa me olhava com olhos de “horizonte perdido” e a moça do caixa te chama à atenção e diz: É a sua vez!. Acordei me perguntando por que até no sonho você ainda me vem? Por que você tem sempre que bagunçar meu mundo e depois cair fora pra sumir do nada e depois voltar do nada mais vazio que antes. Um dia o cansaço da espera será maior que a ansiedade de te ver mais uma vez, minha vida. Faz isso não! “Antes eu estava no meu caminho” E mais uma vez vem você pra modificar tudo e me fazer retroceder. Mas tudo bem...É assim mesmo. Mais uma vez o conformismo. E quando o celular me disse que existia algo em minha caixa de mensagem que precisa ser lido, eu pensei em qualquer coisa. Por causa do meu esquecimento cheguei a achar que seria o lembrete do remédio (antibióticos) que venho tomando devido a uma inflamação no ouvido esquerdo. Talvez lembrete do pagamento da fatura do cartão de crédito que não chegou no meu endereço e eu não consigo lembrar quanto devo, penso em tudo e em qualquer pessoa que possa estar querendo se comunicar comigo. Em tudo que eu penso você já não fazia mais parte da minha espera. Se é que a espera tem mesmo um fim. Acredito que não, mas preciso acreditar que sim. Ontem pelo menos eu estava tentando seguir o meu caminho. Mas hoje? Era você... E como eu desejava receber notícias e como eu precisa ler tua escrita pra voltar a amar as palavras, as letras... Sim, porque é através delas que eu me oriento, é através das palavras que digo que te quero, que ainda te espero. É através delas que eu tento entender por que esperei tanto tempo pra te falar da minha explosão de sentimentos. Ansiava por um sinal teu e ele veio. Em boa hora? Não sei! Não sei se existe mesmo um tempo certo para as coisas acontecerem por isso sempre interfiro no meu destino e o direciono pra onde tenha mais poesia, por onde essa vida avessa possa me dar algum sentido. Agora mais uma vez “tudo dentro de mim me diz que eu poderia correr para você, abrir os meu os braços em volta do teu corpo”. E amanhã minha espera vai falar comigo e me perguntar: até quando? Marca logo nosso encontro... Preciso te falar das coisas que [reticências].
Josimar Souza- Mazes, o pensador

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