E na casa em que seu corpo pálido, leve e meu habitava, tudo era lindo e estanho. Era a verdade daqueles dias de outubro de um ano qualquer. Sorrindo você moldurava o meu corpo já naufragado de amor, suor e cansaço, me deixando em um transe suspenso que traduzia minha dependência de você para me satisfazer plenamente na hora do sexo. E na vitrola da sala o Carlos Dafé dizia tudo o que eu, anestesiado, não conseguia comunicar. Era somente aquelas noites e você do meu lado, me dizendo que amanhã a gente ia se perder e o tempo ia passar demasiadamente rápido. E que no outro dia, enquanto eu estivesse no banho, meu corpo gritaria por seu afago e ao invés de você, um outro alguém viria me consolar.
Mazes.
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