20 março 2010

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Como um bom barco no mar...

Foi quando eu entendi que o amor fracassa sempre, independente dos nossos esforços para mantê-lo intacto e mesmo que eu cantasse desesperadamente Blue boy com a voz do Jim Reeves não evitaria o caos profundo que o fim do amor fez submergir. Entendi também que é possível que exista glória no fracasso, pois faz um tempo que meu choro vem sempre seguido de um sorriso distraído. 
Não te ter mais por perto tem me feito um bem danado. Além do mais, já estava na hora de eu aprender a andar com minhas próprias pernas e aquele teu discurso de ‘ah, eu não quero te fazer sofrer’ tava me deixando enjoado pra caraleo. Foi bom descobrir há tempo, pois simplificando as coisas tudo acaba tendo mais coerência a partir de agora. Tudo finalmente ganha mais sentido quando a utopia se desfaz.  E sinceramente, eu estou com a corda toda.
Não sou bom em cortesias, eu sei, mesmo assim hoje me atrevo a elogiar o céu azul que se exibe um pouco a cima da minha cabeça confusa. É, tudo bem que eu não consiga sair da fronteira perigosa que sempre me deixa paralisado diante do meu medo e da minha coragem e atiro pedras ao relento sem me dar conta do quanto me atinjo, mesmo assim hoje o sol sorriu pra mim.
O mesmo tanto que bato tem sido o mesmo tanto que apanho. Vou catando por aqui por acular subsídios que ajudem na minha nova caminhada. Tentando nesse jogo não perder a magia do meu sorriso de canto de boca, antes constante, hoje raro. Mas quem é possuidor das cores tem o dom de insistir. Eu não sou um homem, sou uma dinamite. Ando entre o concreto e o devaneio procurando pelo desconhecido, pelas formas, pela lógica, navegando pela poesia... Ando procurando por mim.

Mazes

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