Dois desajeitados na arte de se permitir, isso é o que eles eram. Um com sua natureza misteriosa, chegando a ser gélida. O outro com sua carência de leveza, que o impedia de sair do chão. Ainda assim esboçaram em meio aos tropeços uma aproximação na noite, mergulhada na pressa e na calma de se conhecerem. Se entregaram ao sabor dos corpos que se procuravam nas horas iniciais da noite, tateando com as mãos o desejo ansioso de provar o gosto e saber se o gosto era bom. Mas não ficaram sabendo. E como era de se esperar de suas naturezas compostas por silêncios, eles sumiram, trocando a naturalidade do momento pela neutralidade oca do dia seguinte. Cada um voltou pra sua zona confortável. Exaustos do consumo desenfreado e sem amanhã.
Mazes.
Mazes.
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