Peço que a paz se aproxime
Por mais que pareça absurdo abrir mão dessa minha comodidade, preferi arriscar. Fiquei surpreso ao ouvir falar sobre a Psicologia ambiental e agora começo a entender o quanto o ambiente interfere na vida de cada ser humano. Trazendo essas informações para o meu fabuloso mundo encantado e de estradas de pisos brancos, sei que algo não anda me fazendo bem. Se agredir dessa maneira não é bem visto aos olhos de Deus. Sabe, o que torna um homem digno e honrado não é só o trabalho e sim um conjunto de tudo, onde a soma de todas as virtudes classificam ou definem o homem macho de verdade. E pensando na palavra macho, tento entender porque tantos homens que se dizem machos estão sempre tentando provar para os outros que são, mas esquecem de provar pra si mesmo. Uma obrigação chata e pretensiosa de provar para o mundo que o homem é forte por excelência, superior, não chora, não ama, não se entristece, não sente. No meio desse amontoado de machos eu me encontro sendo um cara do meu tempo, um macho comum, mas sem medo de ser o que sou. Integridade é tudo e é a partir dela que tenho conduzido meus dias. “Sem o compromisso estreito de falar perfeito coerente ou não...” A barba por fazer, sempre ouvindo um bom som, o ar menino de ser, o falar de um jeito maneiro, no rosto ainda existe as espinhas e cravos que a adolescência já ultrapassada insiste em preservar, os cabelos encaracolados e com cachos mal definidos, um sorriso dos juntos e às vezes profano. No peito exibo um abrigo. Um abrigo para quem pede consolo, carinho e atenção. O macho que chora, que ama, que se entrega, que se esfrega, que pede, que deseja, que oferece, que esquece, que esquece... lembra e talvez merece. Incompleto, mas sempre com fome de tudo. E hoje percebo que a paz também pode se apresentar em uma lágrima. Lágrima é sinal de vida. Mortos não choram. Já viu um defunto soluçar? “Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse, eu até desculpo o que você falou...” Peço que a paz se aproxime e que as pessoas entendam que o amor que existe em nós é que pode nos salvar. Só o melhor dos sentimentos poderá nos conduzir há um precipício de ternura e paz. E quem não se jogaria? Abençoai nossos dias, meu pai!
Josimar Souza - Mazes, o pensador
